"MISSÃO IMPOSSÍVEL" (Parte 1)

Ninguém podia imaginar, que um novo desmaio "politico-militar", pudesse por em risco, uma vez mais, a missão da Humanitarius na Guiné-Bissau. A operacionalidade de toda uma equipa foi, completamente anulada no terreno, já para não falar da suspensão da abertura do contentor humanitário, embora temporária. É evidente, que ninguém ficou indiferente ao que se passou, quando após andados cerca de 6 mil Km, só se pensava em cada detalhe da nossa missão no terreno. O dia das mentiras, (1 de Abril), deixou aberta a "verdade da mentira". Sem que alguma vez tivesse-mos sentido alguma ameaça, o certo é que uma vez mais, a Humanitarius confrontou-se com o pesadelo do volátil sistema politico-militar, que cada vez mais fragiliza o país, em nada abona, aos olhos da comunidade internacional, que alguma vez se possa pensar em estabilidade, quando de volta e meia, as populações são confrontadas com crises de verdadeira instabilidade. Dia 3 de Abril, após uma reunião geral do grupo, ainda em Bissau, a Coordenação entendeu regressar a Portugal, pois estavam a esgotar-se os dias de permanência efectiva no terreno, entendendo a Coordenação, que devido aos atrasos do desalfandegamento do contentor, e porque não havia uma previsão coerente, o melhor seria dar como suspensa a sua missão.
Ana Lopes (Médica), não conseguiu produzir a sua formação no Hospital Simão Mendes, devido a uma notória ausência de interesse do corpo clínico, pese embora a Administração tenha mostrado prévio interesse, Elisabeth Leal (Técnica de saúde), não desenvolveu o seu projecto, devido á "crise" militar, a que lhe chamaram «Tentativa de golpe de estado», que inviabilizou qualquer acção no terreno, Helena Duarte (Acção Social), nada conseguiu fazer na sua área, por causa do contentor, embora tenha conseguido articular toda uma logística de Cooperação com a embaixada e outras instituições. Apenas e só, os companheiros da Madeira, conseguiram, fazer a distribuição dos materiais que consigo transportaram.
Tudo isto, numa altura em que a Humanitarius, pretendia celebrar 3 protocolos de cooperação, que foram alterados até nova data.
Ora, no terreno, entendeu a Coordenação geral de projectos de apoio social internacional, que não estavam reunidas as condições para a abertura do contentor, assim como a entrega de doações, o que só será realizado nos próximos dias, pela Cooperação Portuguesa, com a supervisão de João Almeida, delegado da Associação Humanitarius, que acontecerá na próxima Segunda-Feira (19 Abril), sob a égide da Embaixada de Portugal na capital Guineense. Para o efeito, após consertado diálogo com o Adido da Cooperação, a Humanitarius delegará a Bissau, o responsável das operações que partirá de avião a Bissau, para concretizar o objectivo da Associação, ou seja, entregar pessoalmente todos os donativos, que foram confiados á ONG algarvia, como doação de ajuda ao desenvolvimento e apoio social na Guiné-Bissau.
A HISTÓRIA...REPETE-SE!
A 2 de Março de 2009, estavam em Buba (sul da Guiné), João Almeida, Helena Duarte e André Cadete, preparando após a sua chegada á Guiné, todo o planeamento para a distribuição dos donativos, quando, de madrugada de 2 de Março, após a morte do Chefe do Estado maior General das Forças Armadas, era assassinado o ex-presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira. Tudo parou, durante duas semanas. A equipa teria de regressar a Portugal, mas, para que o contentor não fosse "abandonado", determinou-se aguardar por alguma tranquilidade, e assim foi. Foram três longas semanas, em que metade dos projectos foram considerados suspensos, mas tudo chegou, onde tinha de chegar.
O povo Guineense, manifestava-se triste, fartos de tantos "Tremeliques" que continuam a pesar no seu desenvolvimento. Esse povo, que tem sabido mostrar-se cívico no sufrágio, que tem tido a capacidade de aguentar tantas agitações, sofre constantemente em silêncio.
Seja como for, é a esse povo que continuamos apostados em ajudar, sem nada termos a ver com politicas ou credos, mas que indirectamente acabam por atingir, todas as frentes de ajuda externa, tal como aquela que nos propusemos dar como contributo.
A Humanitarius, solidariza-se com o povo Guineense, acreditando que a estabilidade e desenvolvimento só se conseguem, com trabalho e determinação.
(CONTINUA)

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