Á MESMA PERGUNTA...A MESMA RESPOSTA!

Por: João Almeida
Coord. Geral Projectos Humanitarius
A Saúde na Guiné-Bissau, tem de estar no topo das preocupações de todos e do Estado.
Muitas cooperações, estão a direccionar ajudas para o sector, que aindaestá muito longe do aceitável.
Continua-se a morrer, por falta de meios, de instrumentos de suporte de vida e, medicamentos.
As mulheres, continuam a ter os seus filhos sem dignidade, as crianças morrem com simples patologias.
Cada vez que eu ou minha equipa, falamos sobre a Guiné-Bissau, sobre as nossas acções anuais, e tudo aquilo que envolve a nossa jornada de apoio social ao território, questionam-me sempre, e com muita razão, se as coisas que os Portugueses dão ou enviam, chegam mesmo ás pessoas certas, ou se não se correrá o risco, de serem "desviadas", para o mercado negro?
As dúvidas são óbvias e têm alguma razão de ser. A Humanitarius, felizmente, que logo na sua primeira acção em 2007, quando se preparou o primeiro contentor de ajuda, tivemos uma ajuda de peso, que nos deu as "dicas" fundamentais, para evitar "teias organizadas" que não olham a meios para conseguir, aquilo que puderem. Este tipo de malabarismos, não é caso único na Guiné-Bissau, por toda a África existem, e é preciso saber lidar com eles. Nunca nos aconteceu, mas estamos sempre sujeitos, se baixarmos a guarda.
É por essa razão, que sempre que se organizam projectos, a Humanitarius, tem o cuidado de orientá-los com base num trabalho de campo, de um ano para o outro. Conhecer as pessoas no terreno, saber da prestação das instituições a quem confiamos as doações. É aliás, fundamental. No apoio social directo, vamos Tabanca a Tabanca, entregar pessoalmente, todas as doações. Nunca deixamos nada, nas mãos de um qualquer "dito" responsável local. Nas instituições, acontece o mesmo, nada ao acaso.
Convenhamos, que nunca assumiriamos a entrega de uma doação, que fosse para pessoas ou organizações duvidosas. Daí que a nossa grande ajuda, seja quase sempre, em caso de dúvida, a nossa Cooperação Portuguesa no território, que conhece bem, como tudo funciona.
Este ano de 2010, temos consciência dos meios que vamos entregar. Falamos de materiais e equipamentos, que foram doados por dois Hospitais de referência, que sabem das necessidades desses meios no país. Ambas as administrações, fizeram questão de os manutenciar, testar, reparar. Embora descontinuado do serviço, (por exigências e normativas europeias), os equipamentos são, grande parte deles recentes no mercado. Vão dar, uma maior dignidade ás instituições, que justamente, melhorará a prestação aos utentes.
O orgulho maior da nossa Associação, está conseguido. Não é a meta...apenas uma etapa.
Tenho, como Coordenador destes projectos, o maior orgulho, na equipa que temos, nas pessoas que nos ajudam, nos muitos que se aproximaram e, nos confiaram a resposta aquilo que seria, o nosso objectivo.
Orgulho, disse, nos que comigo, se preparam para avançar no terreno. Nos que não vão, mas por cá, já deram a sua valiosa contribuição. Respeito pelo cidadão anónimo, que soube partilhar o que têm, com os que pouco podem contar. Respeito, pelas instituições e "vontades" dispersas nesta jornada.
Esta vai ser a terceira expedição humanitária, com uma grande responsabilidade, assumidamente motivados e empenhados.
Sabemos que não conseguimos mudar o mundo, mas sempre fazemos alguma coisa.
E quando alguém me faz essa pergunta, "se eu doar isto ou aquilo...quem me garante, que as coisas chegam ao destino?" - respondo sem hesitações...Nós!
Já agora, para os que ainda não perceberam, o trabalho da nossa e, de outras Associações meritórias neste país, que têm a Guiné como causa, é... alêm do objectivo humanitário, ajuda pública ao desenvolvimento.
Bem Hajam

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