
As autoridades sanitárias da Guiné-Bissau pediram às populações para se prevenirem contra a cólera, abdicando-se de práticas que levem ao aumento das infecções. A doença, que já está a causar vítimas mortais na capital, Bissau, regista 272 casos e 9 óbitos desde que foi confirmada em Maio na região de Tombali, a sul da Guiné-Bissau. Dados apresentados, esta terça-feira, numa conferência de imprensa, pela ministra da Saúde Pública, Eugénia Saldanha Araújo, e já confirmados ao Africa Magazine pelo médico David Silva (na Foto), que confirmou 172 casos em Bissau (2 óbitos), 71 em Tombali (5 óbitos), e 29 em Quinara (2 óbitos). "É a terceira vez que passamos, publicamente, a mensagem de que existe cólera na Guiné-Bissau e de que todos têm que colaborar para uma campanha conjunta para minimizar os prejuízos." Eugénia Saldanha fez questão de salientar que a saúde pública não é um problema exclusivo do Ministério da Saúde mas sim de todos. "Cada um é responsável pela manutenção da sua própria saúde," disse. Por causa da cólera, as autoridades sanitárias proibiram a realização de cerimónias de Toca-Choro, mas a proibição não está a ser respeitada. "Chamo a atenção do Ministério da Administração Interna e da Câmara Municipal de Bissau para a questão das cerimónias de Toca-Choro. Semanalmente assiste-se à realização dessas cerimonias em Bissau. "Isso tem implicado problemas uma vez que aglomeram muita gente e há aspectos de higiene que não são tidos em conta e que normalmente agravam a situação de cólera”, referiu a ministra. Apelou à colaboração das autoridades policiais para o cumprimento da proibição de realização de cerimónias de Toca-Choro, que são, em seu entender, fontes de contaminação de cólera. Eugénia Saldanha Araújo receia que a doença atinja mais regiões da Guiné-Bissau - razão pela qual apela à contribuição de parceiros de cooperação para o reforço dos stocks de medicamentos.
O mesmo sentimento tem sido declarado pelo Administrador do Hospital Simão Mendes, Agostinho Semedo, que continua a chamar a atenção, que para além do problema estar a elevar o rácio de doentes internados, agrava-se com os problemas financeiros impostos pela Direcção Geral do Tesouro, cortes que originaram com que o hospital de momento não possa servir nenhuma das 3 refeições aos internados deste hospital, ou seja cerca de 1600 pessoas.
Fonte: ANM/J. Almeida
(Noticia publicada online pela International Direct News "Africa News Magazine" http://mept-africa.blogspot.com/)
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